CADERNO DE POESIA I. 2012. TMST. 70x120 cm
Triste Destino
Florbela Espanca
Quando as
Vezes o mar soluça tristemente
A praia
abre-lhe os braços e deixa-o gemer,
Embala-o
com amor, de leve, docementeE canta-lhe cantigas para adormecer.
Quando o
outono leva a folha rendilhada.
O vestido
real da branda Primavera,O rio abre-lhe os braços e leva amortalhada
A pequenina folha, essa ideal quimera!
O sol agonizante e quase moribundo,
Que o faz amortalhar em purpura de lenda!
O sol, a folha, o mar, tudo e feliz! Mas eu
Busco a mortalha minha ate no alto do céu!
E nem a cruz para mim tem braços que me estenda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário